sábado, 23 de maio de 2009

Entrevista do JN a António Monteiro Fernandes, Professor Universitário

Escalada do desemprego vai continuar



A escalada do desemprego está a começar agora e vai agravar-se? Porquê?

Sim. É o efeito retardado da travagem global da procura de bens e serviços. De acordo com as previsões, vai continuar não se sabe por quanto tempo.


Os números do IEFP referem 491 635 desempregados inscritos, enquanto as estimativas do INE são mais altas, apontando quase 600 mil desempregados. Como se explica esta diferença?

O Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) conta pessoas registadas como candidatos a emprego, e o Instituto Nacional de Estatística (INE) baseia os seus números em inquéritos a amostras da população. As circunstâncias que podem influir em cada um desses números são diferentes e muito variadas.


Que medidas poderia o Governo tomar para minimizar o desemprego na conjuntura actual?

As políticas de aumento do investimento público, de incentivo à criação de postos de trabalho e de apoio à formação parecem estar no caminho certo, pelo menos, à priori.


Há uma predominância no desemprego entre profissões de baixa qualificação. O que se pode fazer para colocar estas pessoas de novo no mercado de trabalho?

Não parece correcta uma aposta no embaretecimento desses postos de trabalho, por exemplo, através da redução dos encargos sociais. A única resposta positiva centra-se, naturalmente, na melhoria da qualificação das pessoas atingidas pelo desemprego nestas áreas.


Fonte: Jornal de Noticias 22/05/2009